Coaching e Crenças Limitadoras
1.Coaching
If we treat people as they are, we make them worse.
O Coaching teve a sua origem no desporto e hoje é utilizado nas organizações. É um compromisso com a procura da excelência, considerando o ser humano como um todo, a sua evolução e a sua realização pessoal e profissional. É mais do que uma formação ou treino. É um desenvolvimento do indivíduo para transformar as suas intenções em acções e o seu potencial em desempenho, que se irão traduzir em resultados.
O Coaching implica uma mudança de paradigma na forma de perceber o outro, de liderar e de comunicar. É, antes de mais, um olhar humanista e optimista que ajuda as pessoas a serem o que podem ser, de forma responsável e comprometida. É a atitude do novo milénio.
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Mais importante do que dominar as técnicas de Coaching, o Coach deve desenvolver uma atitude que aumente a consciência e a responsabilidade das pessoas para atingir um desempenho óptimo.
Coach – palavra inglesa, significa treinador. Note-se, no entanto, que a palavra Coach também significa carruagem. Este último sentido descreve melhor o que é o Coaching, como o processo de facilitar o percorrer de um caminho para a superação pessoal e para que as pessoas se possam tornar naquilo que querem e podem ser.
A função do Coach é a de ajudar o Coachee a alinhar objectivos com valores pessoais e a transformar crenças limitadoras em crenças potenciadoras, modificando os hábitos que o impedem de ser o gigante que tem dentro de si.
Todo o acto que aprofunda constitui uma violação
Nietzsche
Os nossos sentimentos e acções são em grande medida determinados pelas nossas crenças sobre nós próprios, sobre os outros e sobre os acontecimentos presentes e futuros.
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Baseamos as nossas escolhas e decisões num conjunto de verdades em que acreditamos. No entanto, há situações em que essas crenças não são necessariamente lógicas ou produtivas, podendo mesmo ser, na realidade, inválidas, inibidoras, restritivas, inúteis e, sobretudo, autodestrutivas.
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Os nossos pensamentos (crenças) influenciam o nosso estado emocional que em conjunto vão influenciar a nossa acção. Cada pessoa tem o poder de auto consciência e pode observar e desafiar as suas crenças limitadoras, para modificar os seus sentimentos com o objectivo de pensar, sentir, decidir e agir de uma forma diferente perante uma determinada situação pessoal ou profissional.
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Em geral, muitas das nossas crenças limitadoras irracionais são um produto da infância. Podem tratar-se de mensagens interiorizadas pelos pais ou por outras figuras significativas na vida da criança, ou podem ser produto de uma determinada interpretação das experiências significativas do passado.
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Independentemente das origens destas crenças, os terapeutas cognitivos citam quatro critérios principais para julgar se uma crença é racional ou irracional:
- É flexível (racional) ou inflexível (irracional)?
- É coerente com a realidade (racional) ou incoerente com a realidade (irracional)?
- É lógica (racional) ou ilógica (irracional)?
- Conduz a resultados plenamente produtivos para a pessoa (racional) ou são eminentemente improdutivos (irracional)?
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De acordo com os especialistas, muitas das nossas crenças limitadoras irracionais derivam da “tirania dos ‘deveria’”. Trata-se de um comportamento absolutista e dogmático que gira em torno de “ter que”, “teria que”, “deveria” constantemente repetidos, automáticos e não questionados.
De seguida, podemos ver alguns exemplos deste tipo de crenças:
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- As pessoas devem agir de acordo com as minhas expectativas ou a vida é insuportável.
- As pessoas deveriam tratar-me sempre com justiça.
- As pessoas importantes para mim devem aceitar-me e aprovar os meus comportamentos.
- Tenho que triunfar em tudo o que faço.
- Se não consigo o que quero, não serei feliz.
- Nunca poderia fazer...
- Se disser que não, serei despedido...
- Sou demasiado (velho, jovem, feio, gordo, etc.) para...
- Não se pode confiar em ninguém.
- Se queres que se façam bem as coisas, fá-las tu.
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Estas crenças adoptam muitas vezes as seguintes formas:
Ênfase no negativo. Por exemplo, “não posso conseguir o trabalho perfeito e por isso não posso esperar nada de bom da vida”.
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Minimização. Por exemplo, “tive êxito naquela tarefa por pura sorte, mas o meu fracasso na de ontem foi imperdoável e catastrófico”.
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Excessiva generalização. Por exemplo, “cheguei duas vezes atrasado ao trabalho, a minha vida está completamente fora de controlo”.
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Tudo ou nada. Por exemplo, “se fracasso em qualquer tarefa importante, terei fracassado totalmente como pessoa”.
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Here is a suggestion. Identify a small habit of thought or action you have that you would be rid of. (Make it small, there are two ways to self-sabotage – one is to do nothing at all, and the other is to try to do too much all at once).
A journey of a lifetime starts with a single step.
Bon voyage!
Joseph O’Connor
O Coach deve estar atento e diagnosticar as crenças limitadoras irracionais do Coachee com o objectivo de que o próprio Coachee as comece a questionar e a substituir por crenças potenciadoras. A mudança começa quando o Coachee percebe que essas ideias são prejudiciais e constata os danos que tais crenças causam ou podem causar nas suas relações profissionais, pessoais e na própria saúde.
Note-se que mudar crenças leva tempo e é uma tarefa árdua. Alguns Coachees podem estar tão agarrados às suas crenças que não se mostrem predispostos a mudá-las, enquanto que outros podem achar que é um processo moroso e invasivo, demonstrando uma complacência superficial em vez de um verdadeiro compromisso.
Tem se verificado que teremos melhores resultados se o Coachee se ajustar aos seguintes critérios:
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- Reconhece que os seus estados emocionais e as suas acções resultam das suas crenças.
- Toma consciência que é ele, basicamente, quem cria os seus próprios conflitos.
- Aceita que têm a capacidade de mudar as suas crenças e, logo, as suas emoções.
- Está preparado para detectar e desafiar as crenças limitadoras e irracionais, a interiorizar as mudanças e a continuar a confrontar tais crenças.
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É fundamental que o Coach prepare o Coachee para enfrentar as dificuldades da tarefa e a necessidade de perseverança e prática na confrontação com as crenças até alcançar o estado emocional desejado.
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Para o Coach esta tarefa é um desafio maior, pois se não estiver seguro do processo e das suas intenções poderá mostrar-se demasiado vacilante e evitar o desafio directo, que em alguns casos é fundamental, ou pelo contrário, entrar numa lógica de ataque e confrontação, que seria o quebrar da relação de confiança O Coachee deve sentir-se sempre apoiado e não atacado.
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A questão que deverá estar sempre na mente do Coach é 'estou a desafiar as crenças para aumentar a autoconsciência, para facilitar ao Coachee o reconhecimento de que existe algo mais, uma outra interpretação, uma outra alternativa de acção melhor naquela situação?'.
Depois há que acompanhar as acções que colocam em prática as novas crenças, de forma a que elas se tornem nos novos hábitos que ajudarão a construir o novo Eu que se deseja.